Era uma vez, uma Vila alagada e sem esperança
Até que na praça, jovens de mansinho chegaram
A arte ocupou seu espaço, sorriu e fez mudança
Gritaram forte “Conceito me ensina” e ensinaram
Um dia grafitou, no outro plantou
E numa bela noite a luz acabou
Com a Prefeitura lutou
Até que por fim, no Sarau Marginal recitou
Foi quando amadureceu
Notou que precisava de mais
E enfim a Biblioteca floresceu
Porque girassóis nunca são demais
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O girassol brilhante entre uma leitura e outra
Vê crianças pela praça correrem
As PANCs espalhadas elas comem
E com mediação de leitura se entretêm
Nas oficinas de teatro
As pessoas mexem o corpo
Já nas oficinas de escrita criativa
Os leitores libertam a mente
É com lo-fi e poesia que
Manas, manos, minas e monas de mãos dadas
Sentem algo diferente pulsar…
É o Girassol que despertou pertencimento!
Acolhida é calorosa
Sempre chega mais um para somar
A nova identidade colorida pelo grafite é honrosa
Integração, bem-estar e felicidade para confirmar
Com a natureza, arte e cultura são amados
Alicerçados no direito humano à leitura
Agora de livros andam armados
Os alagamentos ainda vem para furdunçar
Mas com o Girassol brilhante
A Vila passou a esperançar
Bianka Maduell