O Sistema de classificação por cores é uma forma de organização do acervo que foi sugerida pelo Programa Prazer em Ler (Instituto C&A) e foi adotada pela maior parte das bibliotecas comunitárias integrantes da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias. A RNBC se comprometeu com a classificação em cores, por entender e poder garantir com a prática a eficácia da alternativa para a organização do acervo, para a autonomia dos mediadores de leitura e dos leitores.
“Por ser um sistema de classificação, ele precisa qualificar o título, diferenciá-lo dos demais, mostrar semelhanças e dar orientações para os leitores. Ele foi desenvolvido para superar as dificuldades dos mediadores e do público, possibilitando que tenham maior contato com os livros e que saibam mais sobre eles”, explica a bibliotecária Cida Fernandez (Centro de Cultura Luiz Freire), idealizadora desse método de identificação e consultora do Programa Prazer em Ler.
Nas lombadas são colocadas duas fitas de cetins coloridas: a primeira identifica o tipo de público (infantil, juvenil e adulto) e a segunda o gênero literário. Em seguida, a marcação com caneta indica as iniciais do autor e o título do livro. Os mediadores se apropriam rapidamente de como classificar e organizar fisicamente os materiais, e o público também se identifica – muitas vezes eles próprios dispõe os títulos nas estantes, já que é simples aprender a lógica da organização. Os mediadores – e, quando é necessário, com apoio dos bibliotecários de cada rede local – fazem a catalogação. No caso dos livros para adultos há ainda a classificação de autores nacionais ou estrangeiros.
“O sistema de classificação por cores é importante, pois possibilita ao leitor conhecer a variedade de gêneros literários que existem dentro da biblioteca, isso favorece a construção de uma identidade leitora e permite uma maior autonomia. Ao apropriar-se do sistema de classificação ele descobre os gêneros que mais lhe chamam atenção. Além disso, a classificação por cores propicia uma melhor exposição do acervo, facilitando também o trabalho do mediador quando necessita encontrar um livro.”
Depoimento do mediador de leitura Hugo Maciel, da Biblioteca Comunitária do Peró (Rede Releitura – PE)
As bibliotecas comunitárias que utilizam a classificação por cores, possuem também o cuidado de inserir nos espaços de leitura banners ou cartazes explicativos sobre o processo, o que se torna mais uma estratégia de promoção da autonomia dos leitores no uso da biblioteca. Cada rede local passou por várias formações para se apropriarem desse sistema e contam com o apoio de bibliotecários de referência que entendem o caráter diferenciado das bibliotecas comunitárias e sua necessidade de um processo de organização que possa ser gerido pela própria comunidade.
Fotos: Rafael Andrade