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Jean Wyllys reitera apoio à PNLE

Na Câmara dos Deputados, a democracia e a participação social ainda engatinham. Falta muito para ser, de fato, uma “Casa do Povo”. Nossa visita, agendada e confirmada para anteontem – dia 21, enfrentou problemas, preconceito e discriminações. Mas conseguimos um grande parceiro na luta por um Brasil de leitores. Obrigada, deputado Jean Wyllys. Contamos com seu apoio em nossa luta!

Em seu perfil Jean Wyllys escreveu:

“Eu sempre imaginei que o paraíso deve ser algum tipo de biblioteca.”
Jorge Luis Borges
Tive o prazer e a honra de me reunir anteontem com cerca de cem lideranças da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias. Eram pessoas de quatro regiões do Brasil, absolutamente comprometidas com os livros e a leitura, sabedoras de que as únicas coisas que podem nos arrancar da subalternidade são o conhecimento e a educação.
Mas como não poderia deixar de ser, os apologistas da ignorância estendem seus tentáculos por todos os cantos. Foi um encontro onde recebi relatos estarrecedores de discriminação e intimidação exercidas por parte da polícia legislativa, na casa que deveria pertencer ao povo.
Constrangimento diante do aviso de que a visita não seria feita na íntegra, conforme combinado. Quando o primeiro dos dois grupos agendados entraria no Plenário do Senado, foi vitimado por atitudes racistas e antidemocráticas: mulheres negras foram revistadas seguidas vezes (o que não ocorreu com as brancas); pessoas vestidas de vermelho foram hostilizadas; placas reivindicando a aprovação de uma lei foram retiradas das pessoas, e inúmeros agentes legislativos escoltaram o grupo durante a visitação, com uma postura truculenta. Já o segundo grupo teve a sua visita interrompida, logo no início, pelo chefe de segurança que questionou sobre a procedência do grupo e solicitou à coordenação a entrega das placas de apoio aos planos municipais de livro, leitura e bibliotecas, assim como as placas de apoio ao Projeto de Lei do Senado n° 212 de 2016. Este grupo pôde visitar apenas o corredor do Senado.
No plenário 14, onde ocorreu nosso encontro, foram novamente assediados pela polícia legislativa, que informou que de lá iriam “direto para fora”. Tive que intervir para que o grupo pudesse acessar a Biblioteca da Câmara, o que havia sido previamente combinado e seria descumprido. Diante de constrangimentos tão seguidos, não posso acreditar que tenha sido fruto de decisões individuais dos agentes legislativos. Há uma ordem política e estrutural nessa discriminação.
De toda forma, nos encontramos e nos identificamos, nas origens e nos objetivos. Houve reivindicações concretas como o pedido de apoio para a aprovação dos dois projetos de lei, um que tramita na Câmara e outro, no Senado. Mas houve canto. Houve poesia. Houve resistência. Houve “Fora Temer!”.
Houve conhecimento e reconhecimento.

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