Biblioteca Comunitária

Corrente do Bem

Integrante de

Homenagem à Biblioteca Comunitária Corrente do Bem

Eu vou fazer uma homenagem

A uma pessoa que eu quero bem

É porque um dia ela idealizou e criou

A Biblioteca Corrente do Bem.

Agripina, chega aqui mais perto

Vou te dar os meus parabéns

Porque você um dia sonhou e fundou

A Biblioteca Corrente do Bem

Mas vocês podem lançar um olhar

Os livros que aqui têm.

Mas tem mais, tem muito mais

Na Biblioteca Corrente do Bem.

No bairro Santa Rita, em Santa Luzia

É próximo, não é muito além.

É lá que está situada

A Biblioteca Corrente do Bem.

Para você que adora ler livros

E sabe a importância que têm

Pode pegar alguns emprestados

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Para aqueles que gostam de um churrasco

Uma picanha, um miolo de acém.

Há livros de culinária

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Mas para quem não gosta de comida pesada

À noite só um miojo, um lamén.

Depois de um lanche pode ler um livro

Da Biblioteca Corrente do Bem.

Quem gosta de autoajuda

E literatura das coisas do além,

Com certezas há livros espíritas

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Se você está namorando

Descuidou e já vem por aí um neném

Há livros sobre como cuidar de bebês

Na Biblioteca Corrente do Bem.

 

Mas se já está casado há algum tempo,

Os filhos serão só para o ano que vem

Há livros sobre planejamento familiar

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Se alguém vem do Rio de Janeiro

De Copacabana, Caxias ou Xerém.

Faça uma visita em Santa Luzia

À Biblioteca Corrente do Bem.

Mas se o amigo vem de lá das terras de Alah

Das Arábias, da Síria, do Bahrem

Há literatura oriental traduzida

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Se estava no terceiro ano

E em novembro participou do ENEM

Com certeza estudou em livros que há

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Mas se as coisas não foram tão boas

E ficaram para o ano que vem

Procure apostilas para você estudar

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Para quem lê um livro por mês

E por ano lê cinquenta ou cem

Pode ir lá que há mais de mil livros

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Se você é jovem ainda

Cheira a talco e fraldinha também.

Tem livros infantojuvenis

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Mas se nasceu há bastante tempo

É contemporâneo de Matusalém.

Há livros para todas as idades

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Para o público religioso

Acredita em Cristo que nasceu em Belém

Com certeza encontrará uma Bíblia

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Se gosta da literatura de José de Alencar

Dormiu na cabana de Araquém.

Com certeza já leu Iracema,

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Se a garota bonita quer um sultão

Como odalisca viver no harém

Leia o livro “As mil e uma noites”

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Grande Sertão: Veredas e Primeiras Estórias

No Urubuquaquá do Pinhém

Manuelzão e Miguilim, de Guimarães Rosa

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Manuel Bandeira veio de Pernambuco

Versando os barulhos do trem

Não perca o trem da leitura

Vá à Biblioteca Corrente do Bem.

Que essa riqueza de conhecimento

Não morra, viva para sempre. Amém.

Como manancial para as gerações futuras

A Biblioteca Corrente do Bem.

O empréstimo é sempre gratuito

Não vai custar um vintém.

Vai buscar seus livros preferidos

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Então não perca mais tempo

Vai lá. Pega os livros que lhe convém.

E faça uma boa leitura

Na Biblioteca Corrente do Bem.

 

Parabéns a todos os leitores

Pois falou em livros eles não ficam sem.

Pode pegar o livro que quiser

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Se uma pessoa não sabe a importância

Pode até olhar com desdém

Mas é um projeto maravilhoso

A Biblioteca Corrente do Bem

Parabéns para você, Agripina

Ser humano de luz e do bem

Que você seja feliz e cuide sempre

Da Biblioteca Corrente do Bem.

A leitura nos traz conhecimento

O conhecimento nos faz ser alguém

Pensando nisso a Agripina fundou

A Biblioteca Corrente do Bem.

Agripina é gente que faz

Agripina é gente de bem

Idealizou, fundou e dirige

A Biblioteca Corrente do Bem.

Para ela vai a minha homenagem,

(in memoriam) para a ALZIRA também

Que por muitos anos foi parceira da Agripina

Na Biblioteca Corrente do Bem.

Vou terminar a minha homenagem

Acabaram as rimas em EM

Vou buscar um dicionário de rimas

Na Biblioteca Corrente do Bem.

A Academia Luziense de Letras

Dá à Agripina todos os parabéns

Por ter doado para o município

A Biblioteca Corrente do Bem.

 

Agripina, mulher dedicada

Se esforça como ninguém

Para manter viva e funcionando

A Biblioteca Corrente do Bem.

 

Agripina, os meus parabéns.

À Biblioteca Corrente do Bem.

 

 

Autor:

José França, professor, escritor e poeta. Idealizador, membro fundador e presidente da Academia Luziense de Letras e Artes – ALUZ. Membro da Academia de Letras do Brasil – Região Metropolitana de Belo Horizonte, ALB – RMBH, cadeira 36.

 

 

 

 

 

    Dados Gerais

  • Cidade e Estado: Santa Luzia-MG
  • Endereço: Rua Santa Rita, nº 198, Bairro Rita
  • Telefone(s): (31) 3641-4439
  • Email: correntedobemcentrocultural@gmail.com
  • Links: https://www.culturacorrentedobem.com/ ?> https://www.facebook.com/bibliotecacorrentedobem/timeline ?>
  • Ano de Fundação: 2006
  • Nome e perfil dos fundadores: Agripina Maria da Conceição Vieira, professora, pedagoga aposentada, contadora de história, agente cultural ambiental e literária. Alzira Maria de Mello Salvo, formada em magistério, agente ambiental, mediadora de leitura com vasta experiência em trabalhos sociais.
  • Instituição/Organização vinculada: Centro Cultural Corrente do Bem
  • Número de leitores: 1294
  • Número de livros de literatura: 3200
  • Número anual de empréstimos de livros: 4854
  • Principais atividades de mediação de leitura: Visita projetos parceiros, distribuição de livros, parcerias com escolas e outras instituições.

    Contexto da Biblioteca

  • Território no qual a biblioteca está localizada:Primeiro bairro da cidade de Santa Luzia, nasceu da união entre duas famílias que construíram o bairro, chamado Santa Rita. Fica perto da divisa com Belo Horizonte e é de fácil acesso para a cidade de Sabará. Uma biblioteca comunitária em um bairro antigo, onde ainda existem ruas totalmente ocupadas por uma única família.
  • Fundação da biblioteca: Fundada em 2006 por Agripina e Alzira, que desenvolviam um trabalho de coleta seletiva e viram o número de livros descartados. Ficaram motivadas com a possibilidade de organizar um espaço de leitura.
  • Identidade da biblioteca: Com as ações de atendimento, narrações, mediações, empréstimo de livros, seminários, encontros com escritores, destaca-se como a única comunitária de Santa Luzia. Outro ponto que a distingue é a luta coletiva, pois mobiliza e contagia outras pessoas em favor do projeto de leitura. Centra-se no social e cultural. Grande destaque é a preservação de um espaço para o jovem expressar culturalmente a sensibilidade, por meio da liberdade de escolha das leituras – sem condicionamento e sem ser julgado.
  • Enraizamento comunitário: Referência na comunidade, por ser o único aparelho cultural do bairro e a única biblioteca comunitária da cidade. Reconhecida pelo engajamento político em ações culturais, visitas a escolas, presídios e asilo, além de ser presença em outras iniciativas. Uma bandeira de destaque da biblioteca é o acesso democrático ao livro, à literatura e afins. Busca contínua pelo envolvimento da comunidade nas ações do bem comum.
  • Impactos sociais: Desde a criação da biblioteca houve maior conscientização sobre o investimento em políticas públicas nas comunidades. Quanto à importância da biblioteca para a comunidade se valoriza o acesso à literatura diversificada e de qualidade, além de ser um lugar aprazível e aberto às famílias, sem distinção. Em relação às parcerias, devem ser ressaltados o aprendizado no Programa Prazer em Ler e a relação próxima com escolas públicas da região.

    Personagem da Biblioteca

     

    Alzira Maria de Mello Salvo foi uma pessoa de destaque na biblioteca comunitária. Viveu a biblioteca até o último dia de sua vida. Sem ela, a força de trabalho, ideais, a luta diária pelo acesso democrático ao livro, à literatura e às bibliotecas, nada existiria na forma como é hoje. O trabalho em escolas, ruas, centros comunitários, rede local e rede nacional foi perpassado por essa personalidade marcante que estará para sempre na memória do bairro, da cidade e do trabalho em bibliotecas. Foi fundamental no trabalho desenvolvido na comunidade e escolas da região, deixando um legado de força e voz ativa para dar continuidade à biblioteca. Alzira nos deixou em junho de 2018, aos 55 anos.